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Pastor é preso suspeito de matar mulher trans em motel em Santos; irmã contesta depoimento e pede justiça

Redação por LGBTPlus | 30 de outubro de 2024


O corpo de Luane Costa da Silva, de 27 anos, mulher trans e profissional do sexo, foi encontrado no quarto de um motel em Santos, litoral de São Paulo, no último dia 23 de outubro. O principal suspeito é um pastor e engenheiro de 45 anos, que foi preso ainda dentro do estabelecimento e alegou ter agido em legítima defesa. No entanto, a irmã de Luane, Myllena Rios, também mulher trans, contesta a versão apresentada pelo acusado e pede justiça.



A versão do suspeito


Em depoimento à Polícia Civil, o pastor afirmou que contratou os serviços de Luane, mas desistiu ao descobrir que ela era uma mulher trans. Segundo ele, Luane o teria ameaçado com uma arma de choque e exigido dinheiro para não revelar a traição à esposa. O suspeito, casado há mais de 25 anos e pai de três filhos, declarou que fez duas transferências via PIX, somando R$ 200, por medo de ser exposto. Após isso, disse que houve uma luta corporal entre ele e Luane, que terminou em sua morte.


Irmã denuncia versão como mentirosa


Myllena Rios, irmã de Luane, refutou a narrativa apresentada pelo pastor, acusando-o de mentir para justificar a violência. "Eles sempre vêm com essa história de que não sabiam que era mulher trans. Procuram a gente na noite, fazem o que querem, e depois inventam essa desculpa", declarou Myllena em entrevista. Ela também ressaltou que o suspeito buscou Luane em um ponto conhecido por ser frequentado por travestis e mulheres trans, o que, para ela, prova que ele sabia quem era Luane.


Uma vida marcada pela solidariedade


Luane estava em Santos desde o dia 15 de outubro, acompanhada do marido, em busca de um apartamento para morar. A ideia era que Myllena e seu companheiro se juntassem ao casal na cidade no fim do mês. Segundo a irmã, Luane era uma pessoa alegre, acolhedora e querida por todos. Ela oferecia abrigo para mulheres trans rejeitadas por suas famílias na cidade natal, Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano.


"Minha irmã sempre foi solidária e ajudou muita gente. Ela não tinha inimizades, gostava de viver, curtir e fazer o bem", lembrou Myllena emocionada.


Justiça e luto


O corpo de Luane foi encaminhado para Salvador e, em seguida, para Santo Antônio de Jesus, onde será velado e sepultado no próximo sábado (26). Myllena afirmou que não permitirá que o caso caia no esquecimento e promete lutar para que o pastor permaneça preso e responda pelo crime. "Esse miserável não pode ser solto. Se for preciso, vou para Santos quantas vezes for necessário, mas não vou deixar isso impune. Quero justiça pela minha irmã", declarou.


Investigação continua


Embora o suspeito tenha sido preso em flagrante, a polícia ainda investiga as circunstâncias da morte de Luane. A família e a comunidade trans esperam que o caso tenha um desfecho justo e que atos de violência como este não fiquem impunes.


Fontes: g1, depoimentos da família.

 
 
 

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