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Indivíduos da população LGBTQIAP+ têm uma probabilidade maior de apresentar demência e acidente vascular cerebral (AVC).

Um estudo recente publicado na revista Neurology lançou luz sobre a vulnerabilidade da população LGBTQ+ em relação à saúde mental. Os dados mostram que indivíduos LGBTQ+ apresentam um risco 15% maior de desenvolver problemas de saúde cerebral, como demência, AVC e depressão, especialmente após os 60 anos. Esta pesquisa, que abrangeu mais de 393 mil adultos, é pioneira ao coletar informações detalhadas sobre identidade de gênero e orientação sexual.



Os resultados do estudo também revelaram diferenças significativas entre os subgrupos da comunidade LGBTQ+. Aqueles designados do sexo masculino ao nascer (AMAB) mostraram taxas elevadas de depressão tardia, enquanto pessoas designadas do sexo feminino ao nascer (AFAB), bem como pessoas trans e não-binárias, apresentaram maior predisposição à demência. Notavelmente, mulheres trans revelaram um risco 68% maior de AVC em comparação com a população cisgênero.

Essas descobertas ressaltam a necessidade urgente de estratégias de saúde mental que considerem as especificidades de cada grupo, levando em conta fatores como estigma e discriminação que impactam a saúde mental de forma diferenciada.


Embora o estudo não estabeleça uma relação causal direta entre a identidade LGBTQ+ e o agravamento da saúde cerebral, especialistas sugerem que a combinação de fatores psicossociais e biológicos pode explicar os resultados. O estresse crônico, a discriminação e o estigma são fatores que contribuem para problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, que, por sua vez, afetam a saúde cerebral.

Além disso, a inadequação do sistema de saúde em atender as necessidades da população LGBTQ+ é um ponto crítico. Muitas vezes, a discriminação por parte de profissionais de saúde leva as pessoas a evitarem consultas e a não seguirem tratamentos, prejudicando sua saúde a longo prazo.


Uma das principais mensagens do estudo é a necessidade de um sistema de saúde inclusivo. De acordo com o autor principal, Shufan Huo, “a medicina tradicionalmente se concentrou em pacientes do sexo masculino e brancos, mas precisamos reconhecer que essa abordagem não abrange adequadamente nossa população diversa“. A falta de atenção a essas necessidades pode resultar em diagnósticos tardios e em uma gestão inadequada de condições graves.


Especialistas sugerem várias formas de promover a saúde cerebral, como a prática regular de exercícios físicos, o abandono do tabagismo e a gestão do estresse. Para a população LGBTQ+, cultivar relacionamentos significativos e de apoio pode ser fundamental para a resiliência mental, proporcionando uma rede de suporte emocional.

No entanto, essas iniciativas individuais precisam ser acompanhadas por mudanças no sistema de saúde. Criar um ambiente mais inclusivo e sensível às necessidades da população LGBTQ+ é essencial para melhorar os resultados de saúde a longo prazo e garantir que essas pessoas tenham o suporte necessário em suas jornadas.

 
 
 

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